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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

E certo dia resolvi andar por aí:


Datas são algo interessante! Afinal, são somente datas. Um número a mais no calendário, um dia a mais no mês, um pôr do sol a mais para se aproveitar, mas elas chegam e, aí sim, começamos a lembrar dos acontecimentos daquele dia.
Em uma data específica lembro o seu cheiro, em uma hora específica lembro do seu sorriso, e algum lugar perto de sua casa lembro dos nossos beijos, e a cada minuto lembro de você nos meus braços, a cada momento do meu dia lembro de está ao seu lado e realizando um sonho mágico, a cada segundo  lembro o quanto te amo.
Essas datas são ótimas para podermos lembrar o tanto que amávamos aqueles momentos e o quanto demos de nós mesmos a outra pessoa. É nessas datas que se acostuma sair por ai e andar.
Sabe aqueles dias que você anda por ai sem saber o rumo certo? Sem esperança!  Simplesmente anda porque não sabe aonde sua vida vai chegar? Você anda pelas ruas como se fosse um turista perdido no meio da multidão esperando uma informação de algum rumo a se tomar.
A cada esquina Você acaba pensando como tudo aconteceu e tenta achar respostas em cada passo de sua caminhada sem destino. Tenta achar respostas em cada rosto de casais se abraçando e se beijando apaixonadamente, quando menos se espera você está com um sorriso bobo no rosto olhando aquele casal sentado em um banco de uma praça qualquer, e então caí uma lágrima. Uma lágrima que representa a felicidade de poder presenciar aquele momento, mas também representa a saudade e o vazio que fica no seu coração, vazio este deixado depois que o seu amor se foi, e esse lugar nunca será preenchido de novo. Quando um grande amor se vai, não existe felicidade, não existe outra paixão, não existe nenhum sentimento que possa ocupar esse espaço que não seja a saudades.
Essas caminhadas às vezes fazem bem para podermos pensar como está nossa alma e nosso coração. Quanto mais você caminha mais começa a perceber o quanto que está confuso lá dentro de sua alma, o quanto está atrapalho lá no fundo daquele espaço que um dia foi de um grande amor. A cada nova rua, começamos a perceber o tanto que um minuto tirado para nos, podem ser útil e prazeroso. Um coração partido precisa de tempo e além do mais um coração partido precisa de se acostumar com as dimensões do mundo, Por quê? Porque é esse mesmo coração partido que tem que se acostumar com a dimensão do vazio que o habita.
Quando ando pelas ruas sem destino, tento achar um lugar que possa ficar por ali algum tempo, simplesmente pensando, não pensando na dor e no sofrimento, mas pensando no que pode acontecer. Penso no casal apaixonado no banco da praça, penso no menininho tentando se equilibrar no skate na rua logo atrás, penso no Senhor com o seus, sei lá 72 anos, sentado lendo mais um jornal. Penso nas pessoas que já passaram por um amor perdido, e como conseguiram se acostumar com a dor, pois, um grande amor nunca pode ser substituído, somente precisamos acostumar com a dor de perdê-lo.
Há um lugar que possamos está. O mundo é tão grande como não existir um lugar que possamos ficar simplesmente sentados e pensando nessas datas, ou talvez nem pensando nelas, mas sentindo o que se sentia nesses dias. Aquela felicidade de poder sorrir e ver o sorriso do outro, o suspiro depois de um beijo na nuca, até as brincadeiras com isqueiros que deixaram cicatrizes. Gosto de acreditar que uma cicatriz é como uma marca no calendário está ali para lembrarmos que existiu algo naquele dia, algo que possamos lembrar e sim abria aquele sorriso, o mesmo sorriso quando vemos um casal apaixonado no banco da praça.
Quando se torna inviável a presença de alguém que possa te ajudar, quando o que mais se quer é se livrar dessa ansiedade que a saudades nos proporciona o melhor jeito é procurar aquele refúgio, não que um refúgio seja um lugar físico, mas uma maneira que se sinta confortável com a sua dor, andar, cantar e escrever. Olhar as coisas e pessoas a sua voltar, tentar entender como o amor pode ser tão alto destrutivo é algo complicado, mas a cada lágrima que escorre dos olhos percebemos que o amor pode ser alto destrutivo, mas foi nesse grande amor que entendemos o bem que a presença do outro nos faz.
Sim! Todas as datas marcantes me lembram de você. Eu posso chorar, eu posso me entristecer, posso até querer beber doses e mais doses de vodka tentando esquecer. Talvez até quebrar alguns copos e dar murros em paredes desconhecidas, mas uma certeza que tenho em todas essas datas e em todos os lugares que passo e me lembro de você é que: Não me arrependo de nenhum momento que estive ao seu lado. Não me arrependo de nada que fiz e sacrifiquei por você, só lamento o dia que você não conseguiu reconhecer todos esses sacrifícios e desapareceu sem dizer Adeus.

                 
texto escrito em: 20 de Abril de 2015


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